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Paran? vai fornecer 10 mil frascos de soro para picada de aranha-marrom
Segunda-feira, 22 de junho de 2015
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O Governo do Paran? vai fornecer 10 mil frascos de soro antiloxosc?lico (contra o veneno de aranha-marrom) ao Minist?rio da Sa?de. No in?cio de junho, j? foram enviados 4,6 mil frascos e at? o final de 2015 ser?o entregues os restantes. O soro antiloxosc?lico ? produzido pelo Centro de Produ??o e Pesquisa de Imunobiol?gicos (CPPI), ligado ? Secretaria de Estado da Sa?de, o ?nico laborat?rio do Pa?s respons?vel por essa produ??o.
?O Paran? tem profissionais com importante acumulado t?cnico na ?rea de pesquisa e produ??o de imunobiol?gicos. O trabalho dessas pessoas no CPPI nos torna refer?ncia nacional?, explica a superintendente de Vigil?ncia em Sa?de da Secretaria Estadual da Sa?de, Eliane Chomatas.
O soro j? entregue ao Minist?rio da Sa?de passar? por um novo processo de an?lise da qualidade, e s? posteriormente deve ser liberado para o consumo humano. ?O soro s? estar? dispon?vel para o uso geral ap?s ser submetido a novas etapas de controle de qualidade, ainda a serem realizadas no Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sa?de (INCQS). Apesar de passar por um rigoroso processo de controle de qualidade no CPPI, o procedimento ? repetido para que se tenha plena convic??o de que o material pode ser usado em humanos?, explica o diretor do CPPI, S?rvio T?lio Stighen.
SORO ? O Centro de Produ??o e Pesquisa de Imunobiol?gicos produz um soro trivalente para picadas de aranha marrom, ou seja, combate o veneno de tr?s esp?cies diferentes do g?nero loxosceles. No entanto, h? consider?vel dificuldade para se obter o veneno usado na produ??o. O processo todo, entre a coleta do veneno e a produ??o do plasma, leva em m?dia oito meses para ser finalizado. ?Como as aranhas s?o pequenas, o que se consegue de veneno ? pouco. S?o necess?rias centenas de exemplares para se produzir o soro?, comenta o diretor do CPPI.
Posteriormente ao processo de an?lise de qualidade realizado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Sa?de, o Minist?rio da Sa?de ir? distribuir as cotas de antivenenos aos Estados, levando em considera??o crit?rios epidemiol?gicos, que s?o as notifica?es de acidentes registradas no Sistema de Informa??o de Agravos de Notifica??o (Sinan). Segundo o CPPI, a maior parte do soro entregue ao Minist?rio da Sa?de deve permanecer na regi?o Sul. ?Isso ocorre devido ? preval?ncia do aracn?deo e ao alto ?ndice de acidentes com aranhas na regi?o?, comenta Stinghen.
Os antivenenos, utilizados de forma adequada, s?o a forma mais eficaz de neutraliza??o da picada da aranha. Para tanto, ? de fundamental import?ncia a disponibiliza??o desses soros em quantidade suficiente e em locais estrat?gicos para reduzir o tempo entre o acidente e o atendimento m?dico adequado.
No Paran?, somente em 2014, foram registrados 4.220 casos de acidentes com a aranha-marrom. A regi?o com maior n?mero de picadas foi a Metropolitana de Curitiba, com 2.020 notifica?es.
PRODU??O ? A produ??o do soro antiloxosc?lico acontece em parceria com a Funda??o Ezequiel Diaz (Funed), de Minas Gerais. No processo compartilhado, o CPPI ? respons?vel pela produ??o do plasma do antiveneno e durante toda produ??o s?o realizados testes de qualidade. Depois disso, o material resultante ? encaminhado para a Funde, em Minas Gerais, onde o plasma ? processado. Ao final desta etapa, o produto final ? ent?o encaminhado para o Instituto Butantan, respons?vel pelo envase do soro para a posterior distribui??o.
OFICINA INTERNACIONAL ? Devido a seu hist?rico com a produ??o de soros antivenenos, o CPPI foi convidado a participar de uma oficina internacional de ?Controle de Qualidade de Antivenenos?, realizada em Lima, Peru. O evento ocorreu entre 27 e 29 de maio deste ano e contou com a participa??o dos principais laborat?rios produtores de soros do mundo.
O CPPI foi representado pela coordenadora da Divis?o de Gest?o da Qualidade e Biosseguran?a do ?rg?o, Elisa Perez. Segundo ela, a experi?ncia foi muito importante para o ?rg?o. ?Pudemos verificar as semelhan?as e diferen?as entre praticamente todas as metodologias de controle de qualidade relacionadas ? produ??o de soros antivenenos, assim como discutir novas t?cnicas e iniciar novas parcerias?, relata Elisa.
ARANHA ? Quatro esp?cies de aranha-marrom s?o encontradas no Paran? (Loxosceles gaucho, L. intermedia, L. laeta e L. hirsuta), sendo que a L. intermedia est? bem adaptada ao cen?rio intradomiciliar. No Estado, o aracn?deo ? encontrado com maior frequ?ncia em Curitiba e RMC, nas regi?es de Irati, Ponta Grossa, Guarapuava, Uni?o da Vit?ria, Pato Branco e Jacarezinho. ? importante lembrar que este g?nero de aranha ocorre em v?rios pa?ses do mundo.
As teias produzidas pela aranha marrom s?o irregulares, com apar?ncia de algod?o esfiapado. Sua dieta ? baseada em pequenos animais como o tatuzinho e principalmente insetos, como formigas, pulgas, tra?as e preferencialmente cupins.
ACIDENTES ? O g?nero Loxosceles possui h?bitos noturnos, quando saem ? ca?a de seus alimentos, e ? nesse momento que podem se esconder em roupas, toalhas, roupas de cama e cal?ados. Por esse motivo, ? preciso sempre prestar muita aten??o antes de cal?ar os sapatos e vestir roupas.
No ato da picada, na maioria das vezes n?o h? dor. Mas depois de cerca de 12 horas ocorre um incha?o na regi?o afetada e febre. Com o avan?o, e sem tratamento, o veneno pode causar necrose do tecido atingido, fal?ncia renal e at? mesmo a morte.
As altera?es locais mais comuns s?o dor e ard?ncia, vermelhid?o, mancha roxa, incha?o, bolhas, coceira e endurecimento da pele. Outras altera?es podem ocorrer dias ap?s o acidente, como necrose, dor de cabe?a, mal-estar geral, n?usea r dores pelo corpo.
Caso ocorra algum acidente com o aracn?deo, a v?tima deve procurar o quanto antes a Unidade de Sa?de mais pr?xima. Se poss?vel, levar a aranha causadora do acidente para tornar o diagn?stico mais r?pido.